Autor Tópico: Quem pediu espumante?  (Lida 880 vezes)

Offline Alice Scwhantzy


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Quem pediu espumante?
« Online: 05 de Outubro, 2020, 12:42:43 pm »
.
« Última modificação: 18 de Janeiro, 2022, 09:02:29 pm por Alice Scwhantzy »

Offline Samuel Bochsler


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Re:Quem pediu espumante?
« Resposta #1 Online: 05 de Outubro, 2020, 12:44:26 pm »
Que baixaria, Continuem.

Offline Alex Mith


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Re:Quem pediu espumante?
« Resposta #2 Online: 05 de Outubro, 2020, 12:46:46 pm »
Eta lasquera kkkkkkkkkk

''Não proucuro saber as respostas, procuro compreender as perguntas''


'O ser humano é feito de erros e a vida de acertos.''


Offline Yury Fagundess


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Re:Quem pediu espumante?
« Resposta #3 Online: 05 de Outubro, 2020, 12:50:24 pm »
eu quero espumante  :(



Offline Mtfe Delacalle


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Re:Quem pediu espumante?
« Resposta #4 Online: 05 de Outubro, 2020, 12:52:10 pm »
O mais novo espumante do mercado, espuma demais.


quero esse espumante não kkkkk. +1
Juan Kalashnikov - Juan Mohammed - Juan Delacalle


Offline Pitbull Delacalle


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Re:Quem pediu espumante?
« Resposta #5 Online: 05 de Outubro, 2020, 12:52:34 pm »
nem comprou minha katana

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Offline Brandon Marshall


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Re:Quem pediu espumante?
« Resposta #6 Online: 05 de Outubro, 2020, 12:56:10 pm »

Offline Diogo Hoffman


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Re:Quem pediu espumante?
« Resposta #7 Online: 05 de Outubro, 2020, 01:14:27 pm »
Resumo: Com os avanços tecnológicos e o maior acesso da população aos
ambientes virtuais, as formas de interação entre as pessoas sofreram grandes
modificações. Novos fenômenos comunicacionais surgem a todo o momento a
partir das interações virtuais e, de certa maneira, democratizam a comunicação e
a informação. A web permite a todos serem produtores de conteúdo possibilitando
o compartilhamento de experiências, que podem ser disseminadas por milhares de
ciberindivíduos. Sendo assim, a comunicação na internet é marcada pela ruptura
de padrões linguísticos e imagéticos convencionados no “mundo offline”.
Caracteriza-se em uma comunicação híbrida que parece repudiar as normas
cultas, e tende a buscar uma aproximação com uma linguagem oralizada. Neste
trabalho, pretende-se refletir sobre o modo de organização do gênero meme e a
relevância de uma análise mais profunda do meme e suas características como
um gênero discursivo digital. Produzidos a partir de recortes, leituras e releituras
tanto de textos quanto imagens e vídeos, os memes são produtos discursivos da
cultura digital. O que para alguns pode ser apenas bobagens compartilhadas na
internet, para os estudos linguísticos contemporâneos pode ser um campo fértil de
pesquisa. Estudar um fenômeno compartilhado pelos atores nas redes sociais
virtuais, que também ressignifica o discurso do repertório cultural, social e político
cotidiano. Para tal reflexão da relevância do estudo sobre o meme como gênero
do discurso na internet, esta pesquisa utiliza como base teórica os conceitos de
Bakhtin (1997, 2002, 2006), Dawkins (1979), Fiorin (2006), Lévy (1999) e Recuero
(2006, 2007, 2009) entre outros.
Palavras-chave: Meme; Discurso; Interação na internet; linguagem digital.
1 Prelúdio de uma pesquisa
A mudança da rotina social dos seres humanos nos tempos modernos
tem levado as pessoas a, cada vez mais, utilizarem a Internet como meio de
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interação a partir do qual os indivíduos criam e mantêm suas relações
interpessoais e constroem novas formas de se comunicar e de se relacionar no
mundo. Tal realidade leva a um novo modo de sociabilidade das interações
sociais, com a criação de redes e comunidades virtuais, e exige que as
pessoas estejam em um processo de constante aprendizado, para acompanhar
as novas dinâmicas das redes e participar das novas práticas que surgem
nesses ambientes, com uma frequência cada vez maior.
Nas redes sociais, os memes são compreendidos como enunciados1
,
piadas ou comportamentos que se espalham por meio de sua replicação de
forma viral, caracterizados a partir de determinados aspectos sociais, culturais,
temporais, espaciais, etc.
O termo meme foi utilizado pela primeira vez em 1976, pelo
evolucionista Richard Dawkins, no livro “O Gene Egoísta”, que chamou de
meme toda produção cultural que era replicada socialmente. Para Recuero
(2009, p. 122), o meme na internet diz respeito a uma mensagem que é
insistentemente reproduzida e propagada através das redes sociais, podendo
ser modificada, mas mantendo alguma identificação com a mensagem original,
fomentando interações entre indivíduos.
Conforme Blackmore (1999, apud RECUERO, 2009, p. 123), esse termo
provém da palavra grega Mimeme, utilizada com o significado de imitação. Os
memes circulam nas redes sociais e podem ser compreendidos como gêneros
“potencializados pela rede e parte da dinâmica social desses ambientes”
(RECUERO, 2009, p. 122).
O meme da internet é um gênero discursivo relativamente novo e como
todo tipo de enunciado está ligado às necessidades comunicativas e interações
sociais humanas, mas ainda é pouco estudado em uma perspectiva linguísticodiscursiva.
Apesar do número significativo de trabalhos acadêmicos que tocam a
temática abordada nesse artigo, avalia-se que este fenômeno necessita de
maior atenção da área de Letras, pois se trata de um tipo de discurso
intimamente ligado à construção da identidade social de um povo, que
influencia de forma direta o comportamento social. Acredita-se que uma
pesquisa mais ampla sobre o funcionamento linguístico e sociodiscursivo deste

1 Nesse trabalho, utilizaremos o conceito de enunciado como um evento de comunicação, não
apenas um ato de fala, mas todo ato de linguagem - “A enunciação enquanto tal é um puro
produto da interação social, quer se trate de um ato de fala determinado pela situação imediata
ou pelo contexto mais amplo que constitui o conjunto das condições de vida de uma
determinada comunidade linguística.” (BAKHTIN, 2006, p. 124).
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gênero trará uma contribuição significativa para o conhecimento deste
fenômeno.
Dados da pesquisa TIC2
 (Tecnologias da Informação e Comunicação)
do Comitê gestor da internet no Brasil, mostram o tamanho do ciberespaço
brasileiro: são 102 milhões de pessoas conectadas à internet, sendo que este
número representa, aproximadamente, 58% da população do país, que
também é o quarto maior país em internautas do mundo 3
. Nesse contexto, é
impossível não reconhecer a importância dos processos de interação e
comunicação entre os sujeitos conectados.
É comum as interações dos internautas brasileiros tornarem-se trend
topics4 nas redes sociais, realizadas por meio de uma prática comunicativa em
que a circulação do conteúdo não depende somente do interesse particular dos
meios de comunicação, mas sim, da participação ativa dos que a consomem.
Isso prova a relevância desses discursos no contexto social, cultural e político
contemporâneo, pois são frutos de uma prática comunicativa que acontece em
um ambiente social, onde há diferentes possibilidades de perfis (pessoais,
falsos, empresariais, entre outros) e uma grande diversidade de conteúdos que
são importantes para se entender a configuração atual da sociedade
conectada.
A observação desses discursos permite pensar sobre as práticas sociais
que combinam perspectivas materiais e simbólicas durante o processo de
comunicação. Além disso, as redes sociais enfatizam a circulação dos fluxos
discursivos instantâneos, possibilitando processos de interações particulares e
ao mesmo tempo coletiva entre os participantes.
Estudar os memes por meio das práticas discursivas significa
compreender que sua replicação em determinados ambientes se encontra
ligada a valores simbólicos, sociais, culturais e linguísticos que contribuem para
a formação de grupos de interesse compartilhado. A partir dessas práticas, os
indivíduos transmitem discursos e expressam desejos de se encontrarem em
um lugar na comunidade virtual e social.
2 Um panorama da interação e discurso nas redes sociais virtuais

2 Portal Brasil. Disponível em: https://goo.gl/vVUksd. Acesso em: 17 out de 2017.
3 Disponível em: https://goo.gl/W28D4J. Acesso em: 17 out de 2017.
4 Uma lista em tempo real das palavras mais postadas no Twitter em todo o mundo. O Google
também possui essa mesma ferramenta de demonstração do assunto mais comentado do
momento, chamado Google Trends.
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A linguagem, como uma das modalidades simbólicas, converte-se para
o indivíduo em ponto de partida do seu pensamento e serve como mediação
nas relações sociais. Admitindo-se que o homem vive não só no mundo
natural, mas em um mundo simbólico, é coerente considerar que cada sujeito
tem uma representação do que seja o mundo e a constituição dessa
representação é propiciada principalmente pela linguagem.
O uso da linguagem é norteado por mecanismos de institucionalização,
que são mobilizados pelos indivíduos para se organizarem enquanto um grupo
específico que busca reservar seu espaço na sociedade, que busca formar e
manter uma identidade a fim de ser reconhecido pelos membros de outros
grupos e, assim, passar a estabelecer relações.
Segundo Amaral (2011, p. 01), cada vez mais o ambiente on-line é
composto de múltiplos e diversos espaços nos quais se encontram
representados os mais variados atores sociais, subculturas, classes sociais e
nichos, através da participação colaborativa na rede. O ambiente virtual
pressupõe autonomia, através de recursos de interconexão e compartilhamento
mútuo.
As redes sociais constituem-se como um mercado linguístico
diferenciado, pois as trocas de produtos linguísticos ocorrem no
virtual, através de um tipo distinto de interação que promove a
produção e a circulação linguística (BRISOLARA, 2017, p. 711).
Desse modo, os sistemas de publicação na Internet tornam-se não
apenas indexadores de informação, mas passam a adquirir novas formas de
uso e novas culturas, transformando-se em fortes ferramentas de interação
social. Segundo Recuero (2007, p. 23), as postagens, assim como os memes
nas páginas da Internet, são formas de comunicação e representação que
replicam ideias e informações e proporcionam, assim, a formação e a
complexificação das redes sociais, com dinâmicas próprias e diferenciadas.
“Há a predominância da discussão entre grupos de interesses convergentes,
que, segundo Castells (1999), se comunicam em um processo de interação
liberta, fundada na cooperação, na reciprocidade e na informalidade”
(MORAES, MENDES E LUCARELLI, 2011, p. 4).
Segundo Marcuschi (2008, p. 199), a Internet e todos os gêneros ligados
a ela (tais como e-mails, chat rooms, fóruns de discussões, etc.) assim como
os memes, são eventos textuais fundamentalmente baseados na escrita. Na
interação mediada por computadores, na maioria das vezes, faz-se necessária
a inserção de elementos criativos capazes de suprir a ausência das
informações audiovisuais que aparecem em um discurso face a face. Sendo
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assim, torna-se necessário conhecer essa articulação linguística memética e
suas representações verbais e visuais, que contribuem não apenas para
auxiliar na compreensão da elocução, para revelar estados emocionais,
motivações ou expressar relações interpessoais, mas também para a
apresentação de uma identidade virtual.
O surgimento de novas práticas discursivas e de linguagem também
complexificam os usos e apropriações dessas práticas, e exige que os usuários
da Internet estejam em um processo de constante socialização, de modo a
adquirir e participar de novos rituais que surgem com uma frequência cada vez
maior no ambiente on-line.
Além disso, por meio de práticas socioculturais específicas de
determinados nichos da Internet, os participantes demonstram sua vinculação a
uma disputa de classes que representa a diversidade encontrada nas redes e
reforça a construção de identidade e identificação com um determinado grupo
social. Segundo Amaral (2011, p. 2), o conhecimento dos memes também
funciona como moeda de troca do capital social entre os sujeitos conectados.
por um lado, há um aprendizado e uma cognição específicas que
devem ser potencializadas e apreendidas e, por outro lado,
percebemos apropriações criativas que só fazem sentido dentro de
um determinado contexto e que trabalham com níveis diferentes de
intertextualidades. (AMARAL, 2011, p. 2).
O ato da linguagem ultrapassa as regras da gramática normativa e
torna-se uma peça fundamental para pensar a complexidade que é a vida
social. O discurso é visto como um jogo comunicativo pensado a partir do
“conjunto da encenação da significação do qual um dos componentes é
enunciativo (discurso) e o outro enuncivo (história)” (CHARAUDEAU, 2001,
p.25). Essa é uma abordagem que mescla a dimensão linguística e o contexto
social, sem que um se sobreponha ao outro.
Para Bakhtin (2006, p. 108), a linguagem é essencialmente plural,
atravessada pelas diversas vozes sociais e está intimamente ligada às
múltiplas práticas linguageiras da vida cotidiana, inserida nos mais diversos
grupos socioideológicos e em seu momento histórico. Os significados de um
signo linguístico se alteram através dessas relações dinâmicas e vivas entre os
sujeitos, suas contradições, mudanças culturais e ideológicas.
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A verdadeira substância da língua não é constituída por um sistema
abstrato de formas lingüísticas nem pela enunciação monológica
isolada, nem pelo ato psicofisiológico de sua produção, mas pelo
fenômeno social da interação verbal, realizada através da enunciação
ou das enunciações. A interação verbal constitui assim a realidade
fundamental da língua. (BAKHTIN, 2006, p. 123, grifos do autor).
Os textos produzidos nas ações comunicativas dos sujeitos agrupam-se,
assumindo características comuns que permitem serem reconhecidos e
interpretados por uma determinada comunidade. “Cada esfera de utilização da
língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, sendo isso que
denominamos gêneros do discurso” (BAKHTIN 1997, p.279). A partir dessas
características discursivas é que são construídos os gêneros discursivos, como
o meme.
Chartier (1991, p.177) percebe o mundo como representação, a partir
de um aspecto não mais dual, no caso desta pesquisa, o real e virtual. O autor
aborda a necessidade de
perspectivas abertas para pensar outros modos de articulação entre
as práticas e o mundo social, sensíveis ao mesmo tempo à
pluralidade das clivagens que atravessam uma sociedade e à
diversidade dos empregos de materiais ou de códigos partilhados.
(CHARTIER, 1991, p. 177).
A partir dessa ideia, amplia-se o reconhecimento dos espaços de
interação entre os sujeitos como ambiente virtual. Estabelecendo o ciberespaço
como um ambiente dialógico de inúmeros discursos, próprio para produzir,
reproduzir e ressignificar os sentidos de uma mensagem que pode ser
apropriada de diversas maneiras pelos ciberindivíduos. É o todo do universo
virtual onde os sujeitos estão inseridos, onde consomem e produzem
conteúdos e informações.
é o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial
dos computadores”. É um universo de “inter” e “hiper” conexão dos
habitantes cibernéticos. “O ciberespaço é um ambiente heterogêneo,
intotalizável, no qual cada ser humano pode participar e contribuir.
(LÉVY, 1999. p. 126).
A ascensão do ciberespaço possui fundamentalmente três princípios: a
interconexão, as comunidades virtuais e a inteligência coletiva. A interconexão
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é o princípio básico, que destrói as barreiras geográficas. A partir dela, criamse comunidades virtuais, que são formadas por pessoas com interesses e
projetos semelhantes. Por fim, a inteligência coletiva é a dinâmica dialógica
entre os participantes dessas comunidades, suas trocas de saberes e
conhecimentos.
As redes sociais digitais são grupos independentes de pessoas com
interesses em comum, que se organizam e interagem mediados pelo
computador e também fora das redes. O virtual não se opõe ao real, esses
indivíduos estão apenas desterritorializados. Simbolicamente, neste espaço,
cada sujeito constrói sua reputação através das interações com outros
participantes, pois, conforme afirma Lévy (1999, p.128), “a moral implícita na
comunidade virtual é em geral a reciprocidade”.
Recuero (2009, p. 80) também afirma que nas interações entre os
ciberindivíduos, as redes sociais se constituem por um processo dinâmico, vivo
e em constante transformação, mas assegura que o ciberespaço também é um
ambiente de disputas. “É possível que existam interações que visem somar e
construir um determinado laço social e interações que visem enfraquecer ou
mesmo destruir outro laço” (RECUERO, 2009, p. 79). Dessa maneira, as redes
sociais virtuais também incluem os sujeitos em ações de ordem, caos, união e
rupturas. Isso se dá a partir das características de cooperação, competição ou
de conflito que acontecem entre os sujeitos participantes de uma rede.
A cibercultura convive com uma cultura modificada pela velocidade dos
dias contemporâneos, pela ausência de barreiras geográficas, pela pluralidade,
pelos pensamentos coletivos e conectados por uma cultura midiática,
transmidiática, que navega entre três pilares: os meios de comunicação, a
cultura participativa e inteligência coletiva.
Convergência, pode ser entendida como o fluxo de conteúdos através
de múltiplas plataformas de mídia, à cooperação entre múltiplos mercados
midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios de
comunicação que vão a qualquer parte em busca das experiências de
entretenimento que desejam. “É uma palavra que consegue definir
transformações tecnológicas, mercadológicas, culturais e sociais, dependendo
de quem está falado e do que imaginam estar falando”. (JENKINS, 2009, p. 29)
A relevância da internet para a cultura de convergência não pode ser
menosprezada. É nela que se percebe toda sua potencialidade, mas ela não
existe apenas no ciberespaço. A convergência é uma ocorrência humana e
funciona para a formação de conceitos e opiniões. A compreensão, em uma
visão plausível, é impossível sem a convergência, assim como o processo
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cognitivo de agrupar sentidos e significados. É algo inerente ao ser humano e
decorrente de suas interações e relações sociais. Sua história e narrativa tem
sua própria mitologia pessoal construída “a partir de pedaços e fragmentos de
informações extraídos do fluxo midiático e transformados em recursos através
dos quais compreendemos nossa vida cotidiana” (JENKINS, 2009, p. 30).
Recuero (2006, p. 12) aponta que as postagens em websites, weblogs e
nas próprias redes sociais, além de serem espaços para a apresentação da
identidade do de construção da sua rede social, ainda podem servir a uma
terceira função: a geração de reputação e status para o autor da postagem.
Desse modo, as publicações na internet, incluindo os memes, são ações
coletivas e motivadas, que podem refletir não apenas a identidade do self, mas
também dar-lhe reputação dentro da rede social.
A reputação, em termos de capital social nos weblogs, pode ser
baseada na confiança que alguns depositam em alguém, seja porque
esta pessoa divulga informações interessantes, seja porque lhe dão
crédito. (RECUERO, 2006 , p. 9).
Na era tecnológica, as redes sociais firmam seu espaço como
importante ferramenta de respaldo na construção das identidades pessoais.
Em uma época em que cada vez mais pessoas se utilizam desse tipo de
recurso, as redes ganham corpo de intensa influência e revelam-se não como
uma tendência passageira, mas como algo que modifica radicalmente as
formas de relacionamento na sociedade.
Segundo Castells (2008, p. 23), a construção da identidade está
interligada com o contexto, tendo em vista que todas as intervenções sociais e
as características de cada tipo de identidade conectam-se ao ser social, sendo
ao ator social aplicadas as suas necessidades para com a sociedade. Mas, a
respeito de atores sociais, a Identidade é:
um processo de construção de significado com base em um atributo
cultural, ou ainda um conjunto de atributos culturais interrelacionados, o(s) qual(ais) prevalece(m) sobre outras fontes de
significados. Para um determinado indivíduo ou ainda um ator
coletivo, pode haver identidades múltiplas. (CASTELLS, 2008, p. 22).
A identidade dos sujeitos da interação na internet pode ser interpretada
e reinterpretada de várias maneiras, seguindo os pressupostos teóricos e
reflexões paradoxalmente enfatizadas por cada indivíduo e sua complexidade
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subjetiva. “A construção de identidade assumiu a forma de uma
experimentação infindável. Os experimentos jamais terminam” (BAUMAN,
2005, p. 91). Uma construção identitária é movente, ou seja, a “identidade
torna-se celebração móvel, formada e transformada” (HALL, 2006, p. 11-12).
Nesse sentido, as redes sociais também são “espaço de práticas sociais e
identitárias” (BRISOLARA, 2017, p. 713).
Portanto é importante salientar que nesses espaços coletivos virtuais,
através de diferentes atividades, sentidos e significações é que se materializa o
pensar e o agir dos sujeitos. O ambiente virtual não deve mais ser tratado
como “não-lugar” e muito menos da forma dicotômica, criando uma oposição
entre o virtual e o “real”.
3 Um campo aberto de pesquisa
Os gêneros discursivos são fenômenos históricos, vinculados à vida
social e cultural. São formas de ação social que ordenam e estabilizam as
atividades comunicativas. Como entidades sócio discursiva, são entidades
comunicativas. Para Marcuschi (2002, p. 19-25), são formas verbais “de ação
social relativamente estáveis realizadas em textos situados em comunidades
de práticas sociais e em domínios discursivos específicos”.
Quando fala sobre a noção de diálogo (dialogismo) no processo
comunicativo, Bakhtin trata das relações interativas como processos produtivos
de linguagem. Gêneros e discursos são vistos como esferas de uso da
linguagem verbal, não apenas no plano da estrutura linguística. Segundo o
autor, o gênero é uma forma enunciativa, que depende mais do contexto e da
cultura que da palavra. Segundo Silva (1999, p. 92), por serem “formas
relativamente estáveis” de manifestação de discurso, os gêneros refletem “os
modos de sistematização e/ou normatização historicamente construídos pelos
sujeitos em seus processos interacionais”.
Nos aportes teóricos até aqui apresentados, procurou-se esclarecer e
demarcar a importância de um estudo do meme como gênero nativo digital.
Compreender os fenômenos meméticos replicados na internet pode auxiliar
para a compreensão dos diversos modos de relações, do repertório social,
cultural e de valores que são ampliados nesse ambiente.
Espera-se, assim, que estudos mais aprofundados desse fenômeno
levem a um melhor entendimento do novo modo de discurso e convívio social
que tem tomado forma com o avanço cada vez mais rápido da tecnologia digital
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on-line, através das redes sociais, weblogs, websites, mensagens
instantâneas, etc. Afinal, o estudo dos memes apresenta-se:
como consideração de uma linguagem original, parte de um
organismo próprio que transpõe barreiras, facilitando e libertando a
comunicação em sua forma convencional escrita, possibilitando uma
expressividade coletiva e criando uma nova dinamização na rede.
(MORAES, MENDES E LUCARELLI, 2011, p. 14).
Portanto, investigar as características do meme como um gênero nativo
digital torna-se relevante, no que diz respeito à produção do conhecimento,
pelo aprofundamento teórico no âmbito das teorias do discurso e do gênero
textual, assim como na intenção de aprofundar as reflexões sobre a construção
desses novos processos discursivos. É por meio de investigações reflexivas,
que se compreende os diferentes sentidos e significados que envolvem a
linguagem, a leitura, a escrita, as relações e os discursos sociais
contemporâneos.
Referências
AMARAL, Adriana. Redes sociais, linguagem e disputas simbólicas. Com
Ciência, n. 131, Campinas, 2011. Disponível em:
http://comciencia.scielo.br/pdf/cci/n131/a09n131.pdf. Acesso em 17 out 2017.
BAKHTIN, M. Marxismo e a Filosofia da Linguagem. São Paulo: Hucitec,
2006.
BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes,1997.
BAKHTIN, M. Questões de literatura e de estética - A Teoria do Romance.
São Paulo: Hucitec/AnnaBlume, 2002.
BAUMAN, Z. Identidade. Entrevista a Benedetto Vecchi. Rio de Janeiro: J.
Zahar, 2005.
BRISOLARA, Valéria. Práticas identitárias em redes sociais: analisando
interações no facebook. In: Diálogos Interdisciplinares: Cultura,
Comunicação e Diversidade no Contexto Contemporâneo. organizadores
Ernani Cesar de Freitas, Juracy Assmann Saraiva e Gislene Feiten Haubrich. –
Novo Hamburgo: Feevale, 2017. p. 709-719.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. v.
1.
CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. 6. ed. São Paulo: Paz e Terra,
2008. Publicado originalmente em 1942.
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CHARAUDEAU, P. Análise do discurso, controvérsias e perspectivas, in Mari
H. et alii (dir.), Fundamentos e dimensões da análise do discurso, FaleUFMG, Edit. Carol Borges, Belo Horizonte, 1999.
CHARAUDEAU, P. Uma teoria dos sujeitos da linguagem. In: MARI, Hugo;
CHARTIER, R. O mundo como representação. In: Estudos Avançados.
Campinas: Unicamp, 11(5), 1991. p.173-191. Disponível em:
http://www.revistas.usp.br/eav/article/view/8601/10152. Acesso em 17 out
2017.
CLARK, Katerina; HOLQUIST, Michael. Rebelais e seu mundo. In: Mikhail
Bakhtin. São Paulo: Perspectiva, 1998.
DAWKINS, Richard. O gene egoísta. São Paulo: EDUSP, 1979.
FIORIN, José Luiz. Interdiscursividade e intertextualidade. In: Bakhtin Outros
Conceitos-chave. Beth Brait (Org). São Paulo: Contexto, 2006.
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Porto Alegre: UFRGS, v. 2, n. 15, p. 1-16, julho/dezembro 2006.
RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009.
XIII Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação - SEPesq
Centro Universitário Ritter dos Reis
XIII Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação
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as waifus são passageiras, husbando é eterno.





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Offline Kayn Dhozzy


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Re:Quem pediu espumante?
« Resposta #8 Online: 05 de Outubro, 2020, 01:18:01 pm »
eta pora

Offline Sean Nazareth


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Re:Quem pediu espumante?
« Resposta #9 Online: 05 de Outubro, 2020, 01:18:33 pm »
Que baixaria, Continuem.
kkkkkkkkkkkkkkkkk kkkkkkkkkkkkkk

Offline Arizonna Machado


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Re:Quem pediu espumante?
« Resposta #10 Online: 05 de Outubro, 2020, 01:19:00 pm »
Garotah olha o deboche cuidado viu se n ela chorah rs

Offline Arizonna Machado


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Re:Quem pediu espumante?
« Resposta #11 Online: 05 de Outubro, 2020, 01:20:53 pm »

Offline Arizonna Machado


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Re:Quem pediu espumante?
« Resposta #12 Online: 05 de Outubro, 2020, 01:22:23 pm »
So sei q vou me aproveitar de minha amiguinha Alice pra pegar mensagem pq se as inimiga faz isso tbm posso ne alicinha agajsgsjsgaj, ops esqueci q as inimiga bota os macho pra falar rs. Joga pro alto q é im moçah GSJSGSKAGA

Offline Davi Davas


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Re:Quem pediu espumante?
« Resposta #13 Online: 05 de Outubro, 2020, 01:23:31 pm »

Offline Miguel Kanwel


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Re:Quem pediu espumante?
« Resposta #14 Online: 05 de Outubro, 2020, 01:28:39 pm »
Catapimbas!
The party never ends...